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Porque é que estou sempre com fome?

Porque é que estou sempre com fome?

Porque é que estou sempre com fome?

Comer deveria ser para o ser humano um ato simples, onde cada um de nós de forma inata conseguiria regular a ingestão de comida, conforme a sua fome e saciedade.

No entanto, a cultura da dieta que está tão presente na sociedade diz-nos que não somos capazes de fazer esta gestão e ouvir os nossos sinais internos, que ter fome é algo negativo e temos de a tentar controlar. Daqui surgem estratégias baseadas em fontes externas como aplicações de contagem de calorias, relógios, tamanhos de porções de comida predefinidos, planos alimentares – com um único objetivo: dizer-nos o que comer, em que quantidade e horário.

Isto leva a uma desconexão com a nossa mente.

Vamos avaliar as principais razões que podem estar a fazer com que esteja constantemente com fome e como pode trabalhar a sua conexão interna.

  • Está a comer o suficiente?

Se se sente constantemente com fome, o primeiro ponto a avaliar é se realmente existe uma razão física para isso estar a acontecer: está a comer o suficiente? É importante avaliar se comeu o suficiente na última refeição, dia ou até mesmo semana.

Lembre-se que a comida (além de muitas outras coisas) é o combustível do seu corpo e não pode ambicionar que trabalhe corretamente se está com o depósito na reserva.

A fome é normal, saudável e um sinal de que o seu corpo está a funcionar como deveria. Basta pensar, uma pessoa que esteja com uma doença grave perde todo o seu apetite – este sim é um sinal preocupante!

Quando seguimos planos alimentares ou dietas durante muito tempo, é normal que percamos a capacidade de reconhecer a fome e saciedade, o que faz com que a nossa capacidade de resposta a estes sinais também fique comprometida.

Sabe identificar a sua fome? Para perceber como fazê-lo carregue aqui.

  • A sua alimentação é à base de alimentos de dieta?

Se a sua alimentação é à base de alimentos baixos em calorias, também é compreensível que esteja constantemente com fome.

A maior parte das suas refeições deve ser completa para garantir a sua saciedade. Se almoça apenas uma uma sopa ou salada não está a fornecer a energia suficiente para que o seu corpo consiga desempenhar todas as suas tarefas.

Ao contrário do que a cultura da dieta nos quer fazer crer, as calorias não são inimigas! Elas são o que nos permitem viver!

Existem vários alimentos que apesar de puderem ter muitos nutrientes interessantes, são baixos em calorias – o que de forma isolada não nos vão alimentar. Podemos – e devemos! – incluí-los, mas sem excluir os outros.

Alguns exemplos:

 – Alimentos com baixo valor calórico

A sopa, frutas e legumes são um excelente exemplo. Apesar de serem muito ricas em nutrientes, têm um valor calórico extremamente baixo e insuficiente para completarem uma refeição isoladamente. Apesar disso, devido ao grande teor de água ocupam muito volume no estômago.

– Alimentos volumosos 

Este tipo de alimentos é tipicamente prescrito em dietas, pela razão que expliquei em cima. São alimentos que por possuírem um grande teor de água ou de ar, enchem o estômago rapidamente.

Alimentos como bolachas de arroz/milho; cereais puff; bebidas sem calorias.

Isto leva a que imediatamente após a refeição se possa sentir saciada, mas como não se trata de uma refeição completa com todos os nutrientes, os alimentos passarão rapidamente pelo estômago e em menos de nada este estará pronto para receber mais comida (e sinalizar o cérebro que tem fome).

  • Sente-se satisfeita?

Há uma dimensão psicológica na plenitude após uma refeição. Saciedade e satisfação não são a mesma coisa e desconsiderar a parte emocional leva muitas vezes a que esteja constantemente a pensar em comida, mesmo tendo comido há pouco tempo.

Quando falamos em saciedade referimo-nos à sensação física e em satisfação referimo-nos à sensação mental.

Por vezes, é preciso avaliar se apesar da sua alimentação até poder ser rica do ponto de vista nutricional, está a suprir prazerosa. Permita-se adicionar ingredientes que gosta e incluir diariamente alimentos que a deixam satisfeita.

  • O seu sono tem qualidade?

A fome é regulada por hormonas, podemos pensar como se fossem mensageiros que levam a mensagem de fome ou saciedade até ao nosso cérebro. Quando o seu sono é insuficiente ou não tem qualidade, estes mensageiros ficam baralhados e tendencialmente existe um aumento da hormona que sinaliza o cérebro com a sensação de fome.

Para além disso, também está estudado que pessoas que dormem mal têm mais dificuldade em fazer escolhas alimentares com consciência e que existe uma tendência para preferir alimentos ricos em açúcar e gordura.

  • Está à procura da alimentação perfeita?

Vemos constantemente nos nossos clientes padrões irrealistas no que toca à alimentação, numa tentativa inconsciente de alcançar a perfeição.

Se a sua alimentação durante a primeira parte do dia é algo como:

  • Papas de aveia
  • Meia dúzia de amêndoas
  • Uma salada

É possível que esta não esteja a ser suficiente – nem do ponto de vista físico e muito menos do emocional.

Qual é o resultado? Um descontrolo perante a comida na parte final do dia (geralmente quando chega a cada do trabalho) e pensar “amanhã começo de novo” – este ciclo não parará.

A fisiologia vencerá sempre. Se o seu corpo precisa de comida, ele irá arranjar forma de a obter. Portanto, não elimine grupos de alimentos, especialmente alimentos com hidratos de carbono, como pão, massa, arroz e batatas. Estes são fundamentais para a regulação da sua fome e saciedade e claro, a manutenção da energia ao longo do dia.

  • Poderá estar a comer de forma emocional

Nem sempre comemos por questões físicas e isso é completamente normal. Se comeu o suficiente, fez refeições completas e garantiu que a sua alimentação é prazerosa, poderá estar a comer por fome emocional.

A fome emocional trata-se do ato de comer em resposta a alguma emoção. Esta emoção pode ou não ser desconfortável e difícil de lidar. Quando o é, o cérebro entende que o prazer gerado pela comida atenua este desconforto – ainda que apenas momentaneamente – e absorve este mecanismo como uma forma de lidar com aquela emoção.

É importante perceber quais são os gatilhos que levam a comer desta forma e procurar ajuda profissional.

 

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