Porque é que o peso não é a melhor forma de avaliar o seu progresso?
Apesar de haver uma atenção generalizada e um foco muito grande no peso, este não é um dos parâmetros mais importantes a ser avaliado num processo de acompanhamento nutricional.
O primeiro motivo é pelo facto de o parâmetro do peso não fazer uma distinção entre os vários compartimentos: ossos, massa muscular, gordura e gordura visceral.
Ou seja, duas pessoas com pesos idênticos não têm necessariamente a mesma composição corporal, níveis semelhantes de massa muscular, nem percentagens de gordura e gordura visceral idênticos.
Depois, é responsável por incutir stress e ansiedade em bastantes pessoas. Sobretudo, pela crença da existência de um número padrão para o peso de todas as pessoas.
Para estas pessoas, é totalmente aconselhado que se desliguem do peso, uma vez que para além de não lhes acrescentar nada, ainda induz a estados emocionais pouco convenientes.
O terceiro motivo prende-se com o facto de estar a colocar o foco no lugar errado. Se o peso, é algo que não temos controlo, por que razão haveremos de lhe dar tanta importância?
Se não é uma atleta de alta competição, se não precisa de ter uma determinada percentagem de gordura e massa muscular para a sua vida profissional, por que razão há-de viver obcecada com um número específico? Um número que ainda para mais, não depende inteiramente de si.
O peso não é um comportamento
Esta é uma frase que possivelmente já ouviu, e a verdade é que o peso não é indicador de um comportamento.
Logo, a nossa energia não deve recair sobre o mesmo. Mas sim sobre as ações que podemos fazer, para melhorar o nosso estilo de vida.
Então, se não me devo focar no peso, onde faz sentido que coloque a minha energia?
Na implementação de hábitos que farão com que o seu estilo de vida seja mais saudável, conquiste e/ou preserve a sua saúde e por consequência, até ter uma melhoria da composição corporal, se esse for o seu desejo.
Deve colocar a sua energia em ações que dependam de si, para que desta forma possa assumir a responsabilidade da sua própria vida, concorda?
E o peso, não é uma delas. E a razão é bastante simples, uma vez que o peso não depende só do ambiente que nos rodeia, ou seja, de como nos alimentamos e do nosso estilo de vida ser ou não sedentário. Tem também uma componente genética bastante importante.
E que tipo de hábitos são esses?
Deve ser trabalhada a implementação de hábitos nos pilares que suportam uma vida saudável. Tanto física, como psicologicamente.
- Melhorar a quantidade e qualidade do sono, este deve ser pelo menos de 7 horas por noite, com diminuição da exposição à luz pelo menos 1 hora antes de ir dormir;
- Praticar atividade física com regularidade, como uma forma de autocuidado e não como compensação;
- Ter uma alimentação diversificada e equilibrada nutricionalmente, sem extremismos e restrições de nenhum alimento sem razão justificada (condições de saúde e/ou questão de gosto pessoal)
- Aumentar o autoconhecimento, para que possa recuperar os sinais de fome e saciedade, para que o corpo se consiga autorregular e se liberte de planos alimentares restritivos que lhe dizem o que é que pode ou não comer.
Em suma, devemo-nos focar no que depende de nós, nas nossas ações, na criação dos hábitos que podemos controlar a 100% e desligarmo-nos dos resultados: peso, por exemplo. Isto permite-nos ter uma vida mais leve, feliz, saudável e a atingir melhores resultados consequentemente a médio-longo prazo.
Citando James Clear “Os bons hábitos fazem do tempo um aliado. Os maus hábitos tornam o tempo num inimigo.”
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