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5 mitos sobre a gordura que é urgente que saiba

5 mitos sobre a gordura Nutrëncia

5 mitos sobre a gordura que é urgente que saiba

A gordura, à semelhança da proteína e dos hidratos de carbono representam um papel importante na nossa saúde e no bom funcionamento do corpo. Contudo, como qualquer tema em nutrição, existem vários mitos associados e excesso de desinformação que precisam de ser combatidos. Como tal, iremos desmistificar 5 mitos sobre a gordura que é urgente que saiba.

Devemos escolher produtos com baixo teor de gordura ou sem gordura sempre que pudermos

Isto é um mito que se instalou na década de 90, mas que continua atual nos dias de hoje. É importante estarmos alerta acerca da ingestão de certos tipos de gordura, como as gorduras saturadas e trans. Com isto, não é por um produto ter no seu rótulo que tem “baixo teor em gordura” ou mesmo “sem gordura” que à partida seja um alimento com maior interesse do ponto de vista nutricional.

A gordura é um nutriente importante uma vez que tem funções essenciais no organismo. Para além de representar um fonte de energia, desempenha uma função estrutural muito importante nas nossas células, contribui para a manutenção da temperatura corporal, produção de hormonas e ainda para a digestão, absorção e transporte das vitaminas A, D, E e K.

Além de todas estas funções, quando presente numa refeição, a gordura contribui para o aumento da saciedade e sabor dos alimentos.

É muito frequente, em alimentos ultraprocessados onde a gordura foi reduzida, ser acrescentado açúcar ou sal para garantir que o alimento mantém o seu sabor.

Devemos limitar a gordura na nossa alimentação ao máximo1

A gordura é um macronutriente essencial para o ser humano, o que significa que tem que ser consumido na alimentação para que consigamos obter a quantidade suficiente para todos os processos em que esta é necessária, portanto, eliminar ou reduzir drasticamente a quantidade de gordura ingerida para valores abaixo das suas necessidades pode trazer consequências graves.

Existem situações de saúde onde pode ser necessário reduzir a gordura, no entanto, este deve ser sempre um processo feito com acompanhamento do seu médico ou nutricionista.

O óleo de coco é a fonte de gordura mais “saudável”

Este é mito comum, e que já esclarecemos de forma muito detalhada aqui.

Em suma, se gosta do sabor do óleo de coco, não significa que o tenha que eliminar por completo. A gordura saturada pode fazer parte de uma alimentação saudável, mas devemos consumi-la com moderação. Assim, por vezes o óleo de coco pode funcionar melhor em algumas receitas, como por exemplo as doces.

No entanto, a gordura que devemos sempre privilegiar e consumir numa base diária é a gordura insaturada, portanto o azeite para cozinhar e/ou temperar é uma excelente opção.

Ingerir gordura aumenta o risco de doença cardíaca1

Ingerir gordura não aumenta por si só, o risco de doença cardíaca.  Primeiro que tudo é importante perceber que nenhum alimento tem uma causa-efeito na nossa saúde. O que impacta a nossa saúde é o conjunto de alimentos que ingerimos no nosso quotidiano de forma consistente, e todos os outros hábitos de estilo de vida, como os de atividade física, por exemplo.

Começarmos por entender que não há um alimento que de forma isolada e consumido moderadamente, vá ter um impacto na sua saúde, quer seja positiva ou negativamente, é fundamental.

Existem 2 grandes grupos: as gorduras saturadas e as insaturadas.

E ainda as gorduras trans, que apesar de não serem muito comuns na natureza, são produzidas a partir de gorduras vegetais para uso na indústria alimentar.

Devemos privilegiar a maior parte das vezes, fontes de gordura insaturada, e ingerir de forma mais moderada as fontes de gordura saturada e trans. Uma vez que as gorduras insaturadas são consideradas gorduras “protetoras”, no entanto, todas podem fazer parte da nossa alimentação de forma equilibrada.

E porque é que é recomendado que tenha moderação no consumo das gorduras saturadas e trans e privilegie mais as gorduras insaturadas?

Porque as gorduras saturadas, aumentam o colesterol LDL (também chamado de “colesterol mau”), este que tende a acumular-se nas artérias, formando placas de gordura e contribuindo para eventos cardiovasculares (enfarte do miocárdio, AVC, entre outros). Já o colesterol HDL (também chamado de “colesterol bom”), pelo contrário, está envolvido na remoção das gorduras das artérias.

Devemos optar por margarina em vez de manteiga2

A manteiga é um alimento tem sido bastante demonizado ao longo das décadas, devido aos seus altos níveis de gordura saturada, que estão associados ao aumento do risco de doenças cardíacas. Isto fez com que muitos consumidores deixassem de consumir manteiga substituindo-a pela margarina, incentivados pelos media e alguns profissionais de saúde.

A questão é que posteriormente percebeu-se que as margarinas tinham altos níveis de gordura trans que seriam consideradas piores para o risco de doença cardíaca, através do aumento dos níveis de LDL (também chamado de “colesterol mau”) e diminuição do HDL (também chamado de “colesterol bom”).

Contudo, atualmente algumas margarinas, possuem baixo teor de gordura saturada, são ricas em gordura insaturada e livre de gorduras trans, mas são mais processadas do que à manteiga.

Com isto, não podemos considerar que um dos alimentos seja superior ao outro. Nem a manteiga, nem a margarina devem ter um grande peso a nível quantitativo na nossa alimentação, portanto, deve consumir a que preferir, de forma consciente e sem exageros.

Referências

  1. Fundação Portuguesa de Cardiologia. Dislipidemia. http://www.fpcardiologia.pt/saude-do-coracao/factores-de-risco/dislipidemia/.
  2. Harvard Health Publishing. Butter vs. Margarine. https://www.health.harvard.edu/staying-healthy/butter-vs-margarine (2020).

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